segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O adolescente Infrator e a Sociedade





A criança, até meados do século XVII, sequer era percebida como sujeito de direitos, sendo confundida com adultos. É a partir do século XVII que surge o conceito de família, com esse surgimento a criança é incorporada ao mundo dos adultos como um sujeito incapaz, “menor”. Nesse momento, segundo Cabrera, a educação deixa o âmbito privado e é incorporada à vida pública, gerando um processo de reconhecimento da infância e da juventude, mas criando uma nova forma de exclusão. 

Finalmente em 1990, é promulgado o Estatuto da Criança e do Adolescente, cuja função é regulamentar e dar efetividade aos dispositivos constitucionais da carta política de 1988.

Com a criação do Estatuto, todo menor é detentor de proteção integral. Fazendo necessário que o menor seja educado no seio familiar, a fim de desenvolver seu potencial ao máximo.Mas mesmo com tantos cuidados legais, a situação socioeconômica atual vem acompanhada de um crescimento significativo do índice de infrações por crianças e adolescentes.

No Brasil, além das desigualdades sociais historicamente existentes, inúmeras consequências dessas diferenças sociais têm cada vez mais assolado em meio a sociedade, dentre elas, a violência talvez seja a mais   preocupante. E o caminho mais fácil é excluir os ‘fracos’, sobretudo em se tratando de crianças e adolescentes, incentivando o aumento da criminalidade. 

Nesse contexto, é cada vez maior o número de menores que beiram a marginalidade colocando em risco toda sociedade, pois todos acabam sendo vítimas da violência.
Nunca tivemos a ‘imagem’ da criança e do adolescente tão explorada pela mídia como atualmente. 

Ao contrário dos discursos políticos que dizem termos um número cada vez maior de ‘alfabetizados’, o que realmente podemos constatar é que o problema da violência na sociedade não se resolve somente através da alfabetização. Faz-se necessário mais que conhecimento.

 Segundo Flávio Prates, por estudos e técnicas é simples descobrir como alimentar fisicamente um número duas vezes maior que a população do nosso planeta. No entanto, não basta produzir os alimentos e deixá-los apodrecer em armazéns ou jogá-los no lixo. É preciso querer reparti-los. Essa é uma questão ética. Não basta alfabetizar simplesmente novas gerações. É preciso educá-las para um novo comportamento ético responsável e prepará-las para viverem dignamente neste mundo. Não se resume a alfabetizar, mas sim a formar cidadãos que estejam aptos à convivência na grande comunidade que denominamos sociedade.

“Ninguém nasce anjo ou demônio. Nascemos apenas humanos. Mas afinal o que é ser humano? Para Trabber, embora nós possamos, primeiramente, nos concebermos como pessoas individuais, nossa personalidade- o que somos realmente- depende dos outros. Nós somos, ao mesmo tempo, seres individuais e sociais. E como tais cedo sonhamos ser livres. “O homem mais livre não é o auto- suficiente, mas o mais fraterno”. 

Nascemos livres, entretanto, nossa liberdade nunca é absoluta. Estamos expostos a aceitar influência dos vários meios em que vivemos, sejam elas boas ou más. De certo que ninguém se tornará criminoso por força do destino, embora os condicionamentos psicológicos, sociais, biológicos e econômicos, em alguns casos o conduza a uma realidade diferente.

A punição de um adolescente em conflito com a lei é relativamente fácil quando não se tem o objetivo de ressocializar, mas custa caro financeiramente e muito mais caro para a sociedade, pois o número de criminosos aumenta assustadoramente. Se a sociedade não investir de todas as formas na recuperação desses menores de idade, principalmente desmitificando a ideia de que esses meninos são bandidos e que não tem mais jeito, poderá ser muito tarde.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Conferência Jaime Wright 2012 vai discutir a Sustentabilidade


 A questão dos "Direitos Humanos e a Sustentabilidade" foi definida como o eixo temático da oitava edição da Conferência Jaime Wright de Promotores da Paz e dos Direitos Humanos que, neste ano, acontece nos dias 6, 7 e 8 de novembro, na Faculdade 2 de Julho. O tema e o período de realização foram definidos pela comissão organizadora da Conferência Jaime Wright, que se reuniu na semana passada para analisar a última edição do evento e verificar o que pode ser ainda melhor em 2012.

"O balanço que fizemos da Conferência de 2011 foi altamente positivo e o encontro foi considerado excelente pelos estudantes que, em seu feedback, destacaram o alto nível das palestras, a presença de palestrantes renomados e a relevância do tema - Inclusão Digital", explica a professora Júlia Salomão, coordenadora da comissão científica da Jaime Wright.

A comissão organizadora se reúne novamente em abril e deve apresentar os nomes que devem compor o quadro de palestrantes do evento. Além das palestras com especialistas no tema da Sustentabilidade, com subtemas sobre Água, Energia e Resíduo, a Conferência vai contar com exposição de cases, uma feira sobre o assunto e a premiação de uma personalidade e de uma organização que tenham desenvolvido trabalhos de importância na promoção da paz e do respeito aos Direitos Humanos.

Julia Salomão - Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia - UFBA (1977) e Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC (2001). É Analista Técnica do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos- INEMA, autarquia vinculada à Secretaria de Meio Ambiente - SEMA, do Governo do Estado da Bahia. Professora da Faculdade 2 de Julho, atuando principalmente nas seguintes linhas de pesquisa: gestão ambiental, educação ambiental. Responsabilidade socioambiental. Projetos Sociais.

( Sílvio César Tudela & Joice Vieira / Ascom)