quarta-feira, 16 de abril de 2014

Estudante de engenharia encontrado morto dentro do carro

“Meu Deus, por que logo ele que nunca fez mal a ninguém?”, questionou Jéssica Aline Santos, 20 anos, amiga de infância do estudante do 4º semestre de Engenharia Civil da Universidade Salvador (Unifacs), Wilian Oliveira dos Santos, 20, que foi encontrado morto debruçado no banco traseiro do próprio carro com um tiro na nuca, na terça-feira à tarde.

O sepultamento do jovem foi ontem às 16h30 no cemitério Bosque da Paz, na estrada velha do aeroporto, onde muitos amigos, familiares e vizinhos lamentavam o ocorrido e sem entender direito o que aconteceu. Wilian morava no bairro da Mata escura e era um rapaz querido pelos vizinhos. “Vi esse menino crescer junto com minha filha, eles foram colegas de escola por muito tempo. Foi uma maldade o que fizeram com ele”, disse o vizinho, Jailson Bento Soares.

O estudante foi encontrado morto dentro do carro, um corsa classic preto, placa NTH 6975, no encostamento da estrada na BR – 324, região de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, próximo a Gerdau, na terça-feira às 16h30, por uma equipe da Via Bahia que chamou a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Segundo Valdemar Gonzaga Lima, 64, tio da vítima, ele saiu de casa na terça-feira pela manhã para ir trabalhar, mas não retornou para o almoço como era de costume. “Ele sumiu por volta das 11h da manhã de de frente à loja onde trabalhava, na Boca da Mata”, disse.

Ainda segundo Valdemar Lima, há pouco mais de dois meses Wiliam tinha encostado o carro dele no de outro motorista e que o pai dele ajudou a pagar o conserto do carro dando um valor de 400 reais, mas que ainda faltava pagar 100 reais. "Na semana passada ele tinha recebido uma ligação de ameaça do motorista do veículo. Na ligação ele dizia que sabia onde Wilian morava e trabalhava e que ele iria ver uma coisa”, contou o tio.

Wilian era o filho mais velho dos três filhos de Arlindo Souza que em meio às lágrimas contou que tinha passado pela situação mais difícil da vida dele. “Acabei de passar pela pior parte da vida de um pai, que foi enterrar meu filho, agora preciso ter forças para resolver as coisas e descobrir o que realmente aconteceu”, falou.

Arlindo Souza informou também que foram levados rádio do carro, um relógio, um notebook e a carteira da vítima que foi encontrada no bairro do Retiro com todos os documentos de Wilian.

De acordo com o delegado Adailton Adam, titular da 22ª Delegacia Territorial (DT/Simões Filho), onde foi registrada a ocorrência, Wiilian saiu para trabalhar na terça-feira e não retornou. O estudante não tinha passagem pela polícia e nem era envolvido com drogas.

A polícia trabalha com a hipótese de execução. Familiares do jovem começarão a ser ouvidos hoje. Serão solicitadas as câmeras internas do banco Itaú do Porto Seco em Pirajá, onde possivelmente a vítima  tentou fazer um saque e não conseguiu, e do banco Itaú Largo do Tanque, onde foi sacado um valor ainda não divulgado. Também será avaliada uma câmera da Via Bahia que fica próximo ao local em que o carro foi encontrado.

Segundo informações dos familiares Wilian Oliveira trabalhava desde os 15 anos no ramo de lajes pré - moldadas e há quatro meses tinha aberto uma loja de material de construção. O estudante de engenharia civil estava noivo e tinha muitos planos para o futuro.

Coordenada:

Em meio a muitas lágrimas amigos, familiares e colegas lamentavam o ocorrido e repetiam o tempo todo que não acreditavam no que estava acontecendo.

Um grupo de colegas de faculdade lembrava o último encontro com o jovem e recordavam que ele era muito prestativo e alegre. “Nos vimos na lanchonete na última vez, eu estava com pouco dinheiro e ele completou o valor do lanche para mim”, lembrou um dos colegas que não quis ter o nome publicado.

Outra colega contou que Wilian era um exemplo para toda turma, pois trabalhava o dia todo e raramente faltava aula. “Ele não faltava aula e apesar de trabalhar o dia inteiro tirava boas notas, era muito esforçado”, contou uma colega da turma de engenharia.

Para Marcos Vinicius, 22, amigo e ex - colega do segundo grau, o jovem era uma pessoa calma e batalhadora. “Ele era muito tranqüilo, não gostava de bagunça e era muito determinado”, disse.

Valdemar Gonzaga, tio de Wilian, disse que foi tirada a vida de um jovem cheio de planos. “Meu sobrinho não era de bagunça, não bebia, não fumava. Era uma pessoa muito alegre e sem dúvidas vai deixar muita saudade”.


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